2004/11/28
Supremo esturricado
Na edição do Público de ontem aparece um artigo de Ana Sá Lopes
sobre a decisão do Supremo Tribunal de Justiça de reduzir a pena de um homem que assassinou a mulher, baseado no facto de aquela ter esturricado a comida e se ausentar para o café sem pedir licença ao marido. Fica muito mal ao Supremo uma medida que faz lembrar os tempos antes do 25 de Abril de 74, em que a mulher não tnha nenhuns direitos sem autorização do marido e só tinha deveres, alguns deles caricatos e essencialmente execráveis.
Na edição do Público de ontem aparece um artigo de Ana Sá Lopes
sobre a decisão do Supremo Tribunal de Justiça de reduzir a pena de um homem que assassinou a mulher, baseado no facto de aquela ter esturricado a comida e se ausentar para o café sem pedir licença ao marido. Fica muito mal ao Supremo uma medida que faz lembrar os tempos antes do 25 de Abril de 74, em que a mulher não tnha nenhuns direitos sem autorização do marido e só tinha deveres, alguns deles caricatos e essencialmente execráveis.
2004/11/26
O conto do vigário- aviso à navegação
Quando ouvia contar histórias de pessoas burladas, custava-me a acreditar como isso era possível. Hoje vivi parte da situação, na medida em que não cheguei a ser roubada, mas...
Quando estava a deixar papéis no contentor, passou por mim um carro, cujo condutor me presenteou com um olá. Pensei para comigo, não vou responder, porque não conheço, mas o indivíduo parou o carro e esperou que passasse por ele para me dirigir ao meu carro. Nesse momento e dentro do carro dirigiu-me a palavra, tratando-me por professora e perguntando se eu não me lembrava dele. Responde que não, mas era natural que não me lembrasse. A seguir perguntou-me se eu estava melhor, o que também batia certo comigo. E eu lá fui alinhando na conversa, até que o dito passou aos factos. Tinha trazido da Alemanha, onde trabalhava, uma prenda para as filhas e outra para mim; tratava-se de uma máquina fotográfica que já nem se usa e um estojo com dois relógios suiços. Comecei a estranhar e mais quando na base de uma confusão qualquer me pediu 270 euros para poder justificar já não sei o quê. Vai daí disse-lhe que não tinha dinheiro nem estava interessada nas prendas e fui à minha vida. O certo é que podia ter acontecido algo de problemático e o que eu tive foi muita sorte.
Quando ouvia contar histórias de pessoas burladas, custava-me a acreditar como isso era possível. Hoje vivi parte da situação, na medida em que não cheguei a ser roubada, mas...
Quando estava a deixar papéis no contentor, passou por mim um carro, cujo condutor me presenteou com um olá. Pensei para comigo, não vou responder, porque não conheço, mas o indivíduo parou o carro e esperou que passasse por ele para me dirigir ao meu carro. Nesse momento e dentro do carro dirigiu-me a palavra, tratando-me por professora e perguntando se eu não me lembrava dele. Responde que não, mas era natural que não me lembrasse. A seguir perguntou-me se eu estava melhor, o que também batia certo comigo. E eu lá fui alinhando na conversa, até que o dito passou aos factos. Tinha trazido da Alemanha, onde trabalhava, uma prenda para as filhas e outra para mim; tratava-se de uma máquina fotográfica que já nem se usa e um estojo com dois relógios suiços. Comecei a estranhar e mais quando na base de uma confusão qualquer me pediu 270 euros para poder justificar já não sei o quê. Vai daí disse-lhe que não tinha dinheiro nem estava interessada nas prendas e fui à minha vida. O certo é que podia ter acontecido algo de problemático e o que eu tive foi muita sorte.
2004/11/17
Cadernos de Saúde
Na edição do Públco de 9 de Novembro, deparei com este suplemento e li-o atentamente. Sendo leitora assídua deste jornal, nunca tinha prestado atenção a este suplemento, mas deparando com títulos como Diabetes- Perigo escondido e Hematologia- novas terapias combatem tumores, li na íntegra todos os artigos que constituem os Cadernos de Saúde.
E a razão principal desta mina atitude, deve-se ao facto de sofrer de um mialoma múltiplo e estar neste momento a preparar-me para fazer um auto-transplante da medula óssea no IPO do Porto. Curiosamente, após a leitura da informação relativa ao cancro, investigação e cura, fiquei mais tranquila quanto ao sucesso dos tratamentos de doentes que padecem desta neoplasia.
Agradeço pois ao Público a importância de que se reveste este suplemento, cuja informação interessa ao público em geral e particularmente aos que sofrem dessas ou outras doenças.
Na edição do Públco de 9 de Novembro, deparei com este suplemento e li-o atentamente. Sendo leitora assídua deste jornal, nunca tinha prestado atenção a este suplemento, mas deparando com títulos como Diabetes- Perigo escondido e Hematologia- novas terapias combatem tumores, li na íntegra todos os artigos que constituem os Cadernos de Saúde.
E a razão principal desta mina atitude, deve-se ao facto de sofrer de um mialoma múltiplo e estar neste momento a preparar-me para fazer um auto-transplante da medula óssea no IPO do Porto. Curiosamente, após a leitura da informação relativa ao cancro, investigação e cura, fiquei mais tranquila quanto ao sucesso dos tratamentos de doentes que padecem desta neoplasia.
Agradeço pois ao Público a importância de que se reveste este suplemento, cuja informação interessa ao público em geral e particularmente aos que sofrem dessas ou outras doenças.
Adeus Jerusalém!
Os habitantes de Gaza, os palestinianos em geral e todos aqueles que pensam que se deve respeitar a última vontade dos que morrem, sentiram um misto de revolta e desolação. Com efeito os israelitas não foram sensíveis ao pedido de Yasser Arafat de ser enterrado em Jerusalém.Imagino a tentação de alguns palestinianos de forçar as barreiras para dar cumprimento ao desejo do seu líder carismático.
Ramallah foi a morada consentida para o Homem que aí viveu os três últimos anos, praticamente como uma prisão. Há até quem ligue a morte de Arafat às precárias condições de vida em Ramallah.
Atitude diferente foi a dos franceses, cujo Presidente concedeu honras de Estado numa espécie de funeral prévio antes do voo, que levaria os restos mortais para o Cairo e depois Ramallah.
E para estarem presentes no funeral de Arafat, os responsáveis políticos tiveram que pedir uma autorização a Israel.
Aliás os israelitas quase impediram os habitantes do Sul de Gaza de se dirigirem à capital da Cisjordánia e consta que houve um morto e vários feridos. Daí que alguns se interroguem como se pode assim recomeçar as negociações para a criação de uma Palestina independente.
Os habitantes de Gaza, os palestinianos em geral e todos aqueles que pensam que se deve respeitar a última vontade dos que morrem, sentiram um misto de revolta e desolação. Com efeito os israelitas não foram sensíveis ao pedido de Yasser Arafat de ser enterrado em Jerusalém.Imagino a tentação de alguns palestinianos de forçar as barreiras para dar cumprimento ao desejo do seu líder carismático.
Ramallah foi a morada consentida para o Homem que aí viveu os três últimos anos, praticamente como uma prisão. Há até quem ligue a morte de Arafat às precárias condições de vida em Ramallah.
Atitude diferente foi a dos franceses, cujo Presidente concedeu honras de Estado numa espécie de funeral prévio antes do voo, que levaria os restos mortais para o Cairo e depois Ramallah.
E para estarem presentes no funeral de Arafat, os responsáveis políticos tiveram que pedir uma autorização a Israel.
Aliás os israelitas quase impediram os habitantes do Sul de Gaza de se dirigirem à capital da Cisjordánia e consta que houve um morto e vários feridos. Daí que alguns se interroguem como se pode assim recomeçar as negociações para a criação de uma Palestina independente.
2004/11/09
Cadernos de Saúde
Na edição de hoje, 9 de Novembro, deparei com este suplemento e li-o atentamente. Sendo leitora assídua deste jornal, nunca tinha prestado atenção a este suplemento, mas deparando com títulos como Diabetes- Perigo escondido e Hematologia- novas terapias combatem tumores, li na íntegra todos os artigos que constituem os Cadernos de Saúde.E a razão principal desta mina atitude, deve-se ao facto de sofrer de um mialoma múltiplo e estar neste momento a preparar-me para fazer um auto-transplante da medula óssea no IPO do Porto. Curisamente, após a leitura da informação relativa ao cancro, investigação e cura, fiquei mais tranquila quanto ao sucesso dos tratamentos de doentes que padecem desta neoplasia. Agradeço pois ao Público a importância de que se reveste este suplemento, cuja informação interessa ao público em geral e particularmente aos que sofrem dessas ou outras doenças.
Na edição de hoje, 9 de Novembro, deparei com este suplemento e li-o atentamente. Sendo leitora assídua deste jornal, nunca tinha prestado atenção a este suplemento, mas deparando com títulos como Diabetes- Perigo escondido e Hematologia- novas terapias combatem tumores, li na íntegra todos os artigos que constituem os Cadernos de Saúde.E a razão principal desta mina atitude, deve-se ao facto de sofrer de um mialoma múltiplo e estar neste momento a preparar-me para fazer um auto-transplante da medula óssea no IPO do Porto. Curisamente, após a leitura da informação relativa ao cancro, investigação e cura, fiquei mais tranquila quanto ao sucesso dos tratamentos de doentes que padecem desta neoplasia. Agradeço pois ao Público a importância de que se reveste este suplemento, cuja informação interessa ao público em geral e particularmente aos que sofrem dessas ou outras doenças.
2004/11/04
A prioridade concedida aos “valores morais” beneficiou George Bush.
Este é o título do artigo de Eric Leser do jornal LE Monde de hoje.
Seguindo a sua análise, ganharam os indecisos; os republicanos ganharam o sufrágio de uma opinião que pôs em destaque o aborto ou o casamento gay como principal preocupação. As eleições demonstraram que Os Estados Unidos são mais conservadores do que pensavam os obsevadores políticos, os média e mesmo o povo americano.Com mais de 120 milhões de votantes foi a mobilização mais participativa desde 1968, o que faria prever uma vitória democrata.
Os republicanos conseguiram, no entanto, convencer muitos dos indecisos ao referendar quatro temas: “os valores”, o terrorismo,a economia e a guerra no Iraque.
Ao contrário, Kerry recolheu o sufrágio de 80% dos americanos preocupados com a situação económica e o emprego e de 75% daqueles que que fizeram do Iraque a sua prioridade.
Mesmo no estado de Ohio, com uma grave crise financeira, as sondagens mostram que perto de 25% dos eleitores se definiram em função dos “valores morais”.
Karl Rove, o estratega republicano conseguiu fazer votar em Bush os 4 milhões de cristãos evangelistas que nas eleições anteriores não votaram; para isso contribuiram as questões éticas sobre o aborto, o casamento homossexual ou a investigação sobre células embrionárias.
Este é o título do artigo de Eric Leser do jornal LE Monde de hoje.
Seguindo a sua análise, ganharam os indecisos; os republicanos ganharam o sufrágio de uma opinião que pôs em destaque o aborto ou o casamento gay como principal preocupação. As eleições demonstraram que Os Estados Unidos são mais conservadores do que pensavam os obsevadores políticos, os média e mesmo o povo americano.Com mais de 120 milhões de votantes foi a mobilização mais participativa desde 1968, o que faria prever uma vitória democrata.
Os republicanos conseguiram, no entanto, convencer muitos dos indecisos ao referendar quatro temas: “os valores”, o terrorismo,a economia e a guerra no Iraque.
Ao contrário, Kerry recolheu o sufrágio de 80% dos americanos preocupados com a situação económica e o emprego e de 75% daqueles que que fizeram do Iraque a sua prioridade.
Mesmo no estado de Ohio, com uma grave crise financeira, as sondagens mostram que perto de 25% dos eleitores se definiram em função dos “valores morais”.
Karl Rove, o estratega republicano conseguiu fazer votar em Bush os 4 milhões de cristãos evangelistas que nas eleições anteriores não votaram; para isso contribuiram as questões éticas sobre o aborto, o casamento homossexual ou a investigação sobre células embrionárias.
Presidente do Supremo manifestou reservas à nova directora do CEJ
Volto a este assunto, porque o artigo do Público de hoje esclarece algumas das dúvidas que tinha quanto à indigitação da professora Anabela Rodrigues. Feminismos à parte, custa muito a um grupo quase exclusivamente masculino (CEJ) ser gerido por uma mulher.
Aproveito para dizer que gostaria de eslarecer a minha posição face à segregação de tipo sexista. Em Portugal ainda não é o mérito que conta em termos de arranjar o primeiro emprego, na subida da carreira profissional , para não falar da distinção de salários diferentes para igual desempenho.Neste caso as jovens, que quase sempre são as melhores alunas do Secundário e das Faculdades,são preteridas em relação aos rapazes.Tendo duas filhas excepcionais, desejo para elas e para todas as jovens um futuro onde a convivência entre sexos se faça baseada em valores éticamente correctos. Só desse modo se poderá construir um mundo mais feliz.
Volto a este assunto, porque o artigo do Público de hoje esclarece algumas das dúvidas que tinha quanto à indigitação da professora Anabela Rodrigues. Feminismos à parte, custa muito a um grupo quase exclusivamente masculino (CEJ) ser gerido por uma mulher.
Aproveito para dizer que gostaria de eslarecer a minha posição face à segregação de tipo sexista. Em Portugal ainda não é o mérito que conta em termos de arranjar o primeiro emprego, na subida da carreira profissional , para não falar da distinção de salários diferentes para igual desempenho.Neste caso as jovens, que quase sempre são as melhores alunas do Secundário e das Faculdades,são preteridas em relação aos rapazes.Tendo duas filhas excepcionais, desejo para elas e para todas as jovens um futuro onde a convivência entre sexos se faça baseada em valores éticamente correctos. Só desse modo se poderá construir um mundo mais feliz.
2004/11/01
Ponto da situação da minha doença
O que me leva hoje a voltar a este assunto prende-se a duas questões. A primeira diz respeito ao facto de ter feito a colheita de células para o auto-transplante na Terça feira passada e ter tido a sorte de a primeira de três ter sido suficiente. Isto quer dizer que em breve serei internada para completar o tratamento. A outta questão diz respeito à leitura que fiz do depoimento do deputado Duarte Lima sobre a sua leucemia e a forma exemplar como foi tratado no IPO de Lisboa. Com efeito em entrevista do DNA de 29 de Outubro de 2004, o mesmo afirma à pergunta"Temos cá todas as condições para tratar uma leucemia?"- Precisámos, se calhar, de mais salas, de melhores salas. Desse ponto de vista, as condições nos Estados Unidos, na Inglaterra ou em França são melhores do que em Portugal- aquilo que os médicos chamam as condições hoteleiras do internamento hospitalar, são melhores do que aqui. Mas as condições médicas temo-las ao melhor nível, know how, saber técnico e científico,temo-los ao melhor nível.
E eu que fiz a quimio no hospital de S. Marcos em Braga, já deu para notar a diferença para melhor na forma como médicos e pessoal de enfermagem e auxiliar se relacionam com os doentes no IPO do Porto.
O que me leva hoje a voltar a este assunto prende-se a duas questões. A primeira diz respeito ao facto de ter feito a colheita de células para o auto-transplante na Terça feira passada e ter tido a sorte de a primeira de três ter sido suficiente. Isto quer dizer que em breve serei internada para completar o tratamento. A outta questão diz respeito à leitura que fiz do depoimento do deputado Duarte Lima sobre a sua leucemia e a forma exemplar como foi tratado no IPO de Lisboa. Com efeito em entrevista do DNA de 29 de Outubro de 2004, o mesmo afirma à pergunta"Temos cá todas as condições para tratar uma leucemia?"- Precisámos, se calhar, de mais salas, de melhores salas. Desse ponto de vista, as condições nos Estados Unidos, na Inglaterra ou em França são melhores do que em Portugal- aquilo que os médicos chamam as condições hoteleiras do internamento hospitalar, são melhores do que aqui. Mas as condições médicas temo-las ao melhor nível, know how, saber técnico e científico,temo-los ao melhor nível.
E eu que fiz a quimio no hospital de S. Marcos em Braga, já deu para notar a diferença para melhor na forma como médicos e pessoal de enfermagem e auxiliar se relacionam com os doentes no IPO do Porto.
