prosas e rosas

O filme de Laurent Cantet, premiado no festival de Cannes, é sem dúvida um excelente exemplo da ficção aproximada da realidade. Aquela turma de alunos e o professor de língua materna, neste caso o francês, são paradigmáticos do que se passa por outros países da Europa, como Portugal. No momento em que se fala de rankings e se destacam escolas particulares, como escolas de sucesso, era bom visionar o filme e reflectir sobre as diferenças e dificuldades de ensinar alunos, que não fazem parte do elitismo cultural e socioeconómico de uma minoria que estuda nesses estabelecimentos de ensino.

Reinventar a profissão docente

Já Saramago dizia, numa sessão de homenagem na Aula Magna de Lisboa a 15 de Maio de 2002, que “O ensino não pode ser um sacrifício, uma canga que se leva às costas, tem que se reinventar a alegria de ensinar e a alegria de aprender”. No momento em que se vive um ambiente algo problemático nas escolas devido a condicionalismos vários e se fala de desmotivação de professores e alunos, estas palavras de Saramago podem servir de incentivo a mudanças de comportamento. Apesar de tudo, vale a pena apostar na profissão e fazer dela uma fonte de energia, onde o acto de ensinar e aprender se sobreponha a factores de ordem externa ,que podem ser facilmente neutralizados pelo bom senso dos intervenientes no sistema.