2004/03/07

 
Correspondência Amorosa
Apeteceu-me reler o livro onde Rilke se corresponde com Andreas-Salomé e dele transcrevo os seguintes versos:


É com uma doce benção que a tua carta me acolhe
Eu sabia que a distância não podia matar o nosso amor.
De entre tudo o que é belo, tu vens ao meu encontro,
Tu, minha brisa de Primavera, minha chuva de Verão,
Tu, minha noite de Junho que me leva através de mil caminhos
Que nunca ninguém ainda havia pisado:
Eu estou em ti.

Tira-me a luz dos olhos:continuarei a ver-te
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te
E embora sem pés caminharei para ti
E já sem boca poderei ainda convocar-te.
Arranca-me os braços: continuarei abraçando-te
Com o meu coração como com a mão
Arranca-me o coração: ficará o cérebro
E se o cérebro me incendiares também por fim
Hei-de então levar-te no meu sangue.

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